
Prof. Thiago Bernardino de Carvalho
Os mercados em uma economia funcionam de acordo com dois fatores: demanda e oferta. O primeiro fator, demanda, está relacionado com gostos, preferências, assim como poder aquisitivo. Já o segundo fator, a oferta, está relacionado principalmente com a disponibilidade do produto, desde o setor produtivo até o varejo.
O mercado de leite não é diferente. Seus preços são determinados pela demanda por produtos lácteos, assim como a oferta desses produtos pelo produtor rural, laticínios e redes de distribuição.
A demanda de leite e derivados é dividida entre demanda interna e externa. No caso do Brasil, pela baixa produtividade dentro da porteira e condições de mercado muitas não vezes pouco favoráveis, fazem com que o mercado externo não seja tão atraente para o País, fazendo com que haja grande dependência do consumidor doméstico, que por sua vez depende tem a renda e o gosto como fatores decisivos na compra dos produtos.
Em épocas da pandemia do Covid-19, o grande anseio do setor lácteo no Brasil é como irá ficar a demanda por produtos lácteos, se podemos ter uma retração da economia, com a perda de emprego e renda por grande parte da população. Efeitos negativos serão sentidos em todas cadeias produtivas no Brasil, seja agropecuária, seja industrial. Haverá sim um ajuste entre a demanda do consumidor que irá buscar preço em classes de renda mais baixa, assim para outras classes o consumo deverá se manter nos patamares, principalmente na busca de derivados funcionais para a saúde.
Os laticínios e cooperativas processadoras irão buscar reestruturar seus portfólios de produtos ajustando-se à nova realidade, buscando entender o novo formato de consumo e repassando essas mudanças ao consumidor. Laticínios com uma carteira de clientes pouco pulverizada e com dependência de restaurantes, bares e lanchonetes, devem sentir mais que empresas que vem trabalhando com produtos mais estocáveis.
Cabe ao produtor buscar entender esse novo cenário de demanda e buscar ajustar a oferta de produto, que é o segundo fator formador de preços da economia. Como causado na crise político-econômica no Brasil entre os anos de 2015 a 2017 a demanda interna retraiu, assim como houve mal planejamento por parte de uma parcela de produtores que aumentou a produção devido a custos baixos do alimento. Resultado disso foi uma sequência de baixa oferta de produto no mercado nos últimos dois anos, formando a indústria a aumentar a concorrência pelo produto junto a produtores que possuem uma produtividade mais elevada e com qualidade.
Esta se torna uma janela de oportunidade para o produtor de leite no campo. Muitos irão deixar a atividade, devido às incertezas de mercado e oscilações de preço, assim como pelo alto custo de alimento, principalmente do milho. A oferta do produto na entressafra e no segundo semestre deverá ser menor, e por mais que a demanda fique enfraquecida, o equilíbrio ajustará os preços de mercado. A indústria continuará a buscar bom fornecedores – com volume e qualidade, e esse produtor será o que enfrentar a crise com maior produtividade, não deixando de produzir e usar tecnologia. Haverá um momento de transição, mas o produtor de leite não pode deixar de lado seu ganho pão, senão irá chorar o leite derramado mais uma vez.
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